Vozes do X1: Narra Show, dá moral que o gol foi legal

Do sonho de ser jogador de futebol para a realidade de ser um dos narradores mais famosos de X1 e X2, além do futebol de várzea. Essa é a síntese da história de Kassios Kley, aos 33 anos. Ou melhor, de Narra Show, como é mais conhecido no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife.

Vozes do X1: Narra Show, dá moral que o gol foi legal. (Imagem: Equipe Desafio Um pra um)
Vozes do X1: Narra Show, dá moral que o gol foi legal. (Imagem: Equipe Desafio Um pra um)

Narra Show é o narrador oficial do Desafio Um Pra Um no Youtube. Com uma potente força na garganta, ele leva espalha as emoções da modalidade que mais cresce no mundo dentro da plataforma e também por meio do próprio perfil no Instagram.

Porém, o sucesso não caiu no colo de Narra Show. Antes de colher os frutos de muito suor e trabalho, sofreu e chegou a passar muita dificuldade na vida. Abaixo, conheça a história do influenciador digital pernambucano.

Veja a entrevista na íntegra com Narra Show

Antes do X1

Desde criança, ajudava minha mãe e minha avó em uma barraca na praia do Pina. Mais velho um pouco, topava tudo. Tirava metralha da frente da casa do povo por cinco reais. Depois, voltei a trabalhar na praia vendendo caldinhos. Depois, fui trabalhar no comércio, cresci e virei sub-gerente. Sempre busquei entregar o meu melhor por onde passei.

Dificuldade

Já cheguei a passar necessidade, mas foi uma vez só e isso serviu de lição para mim. Estava morando com minha esposa e meu filho. Ela chegou para mim e disse: tem arroz, mas não tem feijão, não tem carne. Respondi: a gente se vira com o ovo. Ela disse: não em ovo. Isso me deu um baque muito grande. Eu só fazia bicos na época.

Eu não podia mostrar para ela que isso me abateu. Aí eu disse: vamos comer uma iguaria hoje, vou ali buscar marisco para a gente. Aguarda um pouquinho. Fui na ‘croa’, uma ilha que fica no meio do Rio Capibaribe. 

Fiquei lá, peguei um balde de marisco, aí voltando, passou uma lancha bem devagar e bateu uma marola. Foi o suficiente para eu me afogar. Com a água escura, só enxerguei de baixo, uma luz lá em cima. Agarrei na alça do balde cheio de marisco. Só me veio à cabeça meu filho, minha esposa, dependendo de mim para comer.

Não soltei a alça do balde, chegou a faltar ar e consegui chegar em um barquinho onde me escorei e respirei. Contei com a ajuda de uma senhora que morava perto, pois nem o braço com o balde conseguia mexer. Passei um tempo para conseguir ganhar fôlego de novo.

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Narra Show

Começou numa brincadeira. Seu Josmar, meu paizão, que me ajudou a construir uma arena de futevôlei lá em Brasília Teimosa. Ele me mandou uma foto com Léo do Pina, Laércio, Johnny e ele, Jospico, mistura de Josmar e Pipico. Aí eu falei: esse timaço da uma narração boa. Fui para o banheiro e mandei a narração. O “dá moral que o gol foi legal” chegou um pouco depois no bairro do Pina. Tinha um senhor que fazia a narração e era bem tradicional. 

Eu ficava na arquibancada, ao lado dele, fazendo a narração ao mesmo tempo. Comecei a fazer, só que mais rápido e o povo dizia: “era melhor tu narrando”. Aí meu irmão disse: pega o celular e vai para o campo narrar. Muita gente dizia que eu era um doido querendo ser igual a Ney Silva. Nunca quis o lugar dele, ele sempre será o número 1 e sempre será uma referência. Venho buscando o meu lugar, o lugar do Narra Show.

 

 

Bordão

O “dá moral que o gol foi legal” eu me inspirei no Tiago Medeiros, apresentador do Globo Esporte. Ele diz: “Dê moral, minha joia”. Eu não podia imitar. Então, fiz algumas alterações. Aí falei também para o pessoal lá no Pina espalhar, falar por lá. Então foi pegando, fui usando para pedir entrevista e foi pegando, espalhando. 

Desafio Um Pra Um

É uma organização que cria os jogos. Ney Silva é o cara que arma as arapucas, os melhores jogos. Então, eu tinha que ficar perto dos melhores. No primeiro jogo que narrei no celular dele, eu tive Daniel Alves como meu comentarista na live. Quando poderia imaginar ficar tão perto do meu ídolo, já que jogava de lateral-direito, quando tentei ser jogador?

Mudança

É até difícil falar. Eu e minha esposa vínhamos tentando ter um filho. Eu trabalhava muito, ela trabalhava muito. E não conseguimos ter um filho. Até que, graças a Deus, chegou o Desafio Um Pra Um, que cobriu os meus custos, me deu um bom salário e pude dizer para ela que não precisava mais trabalhar. Ela deixou de trabalhar, passou um mês. No segundo, ela chegou com a notícia de que estava grávida. Essa foi a maior mudança na vida. O Desafio Um Pra Um me ajudou a ter um filho.

X1

Meu primeiro jogo foi de X2: Cleitinho e Matheus Félix contra Neivaldo Badalada e Bananinha. Vitória de Cleiton e Matheus Félix. Ali, foi onde tudo começou para mim. Só que depois desse confronto veio a pandemia. Travou tudo. Então, não podia deixar de cair o engajamento no Instagram e comecei a narrar o futevôlei. Com o tempo, acabou a pandemia e voltei para os jogos

Perspectiva

O X1 pode chegar nas Olimpíadas. O limite é o mundo. O nosso último evento foi um cenário de Copa do Mundo: a Arena das Dunas. Inclusive, realizei um sonho de jogar nesse palco, marcar gols. Um sonho meu de criança.

Rede social

Hoje a minha vida é o Instagram. Tanto que mostro tudo da minha vida. Sei que sou um influenciador e tenho muito cuidado com o conteúdo que posto. Busco crescer com humildade, pé no chão e dando o meu máximo para atender os meus seguidores. Além disso, busco meus personagens, é uma lição que tiro de Ney Silva, que tem vários personagens. Hoje, tenho o Mago do Bozó, que gera um engajamento absurdo. Antes era só Daivinho. Agora, tem Gabigol também. É preciso inovar sempre. 

Referências

André Henning, para mim, gera uma emoção absurda. Até o grito de gol da gente é parecido. Tem o Garganta de Aço, Roberto Queiroz. Também o Aroldo Costa, que tem o grito de gol mais longo do futebol.

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Conselho

Muitos, assim como eu, sonhavam em virar um jogador, que é o caminho tradicional de todos. O grande sonho. Só que a câmera na mão, ali embaixo, filmando os jogos pode ser um caminho alternativo também. Se não conseguir no campo, vai para lá. A experiência no futebol me faz ter um melhor desempenho na narração. Quando eu narro, busco contar todos os detalhes, gerar incrementos na narração, para diferenciar e não ficar aquela coisa repetitiva.

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