Conheça Ney Pontes, jogador de X1 que carrega a bandeira da diversidade

A construção de um ambiente democrático e valorização do futebol estão na essência do X1. Em Manaus, no Estado do Amazonas, um jogador despontou no cenário da modalidade com o objetivo de quebrar barreiras e praticar o esporte que mais ama. Trata-se de Ney Pontes, de 23 anos, homossexual e que luta contra o preconceito e a favor da diversidade desde a adolescência. 

Conheça Ney Pontes, jogador de X1 que carrega a bandeira da diversidade. (Imagem: Designer Marcos Vinícius / Equipe Desafio Um Pra Um)
Conheça Ney Pontes, jogador de X1 que carrega a bandeira da diversidade. (Imagem: Designer Marcos Vinícius / Equipe Desafio Um Pra Um)

“A minha história no futebol começou aos 13 anos. Comecei a jogar com as meninas na quadra, mas logo comecei a sofrer com o preconceito por parte delas por ser gay. Superei tudo isso e fui jogar bola com os meninos. Mas, não demorou para eles começarem a me atacar com palavras horríveis”, afirmou Ney Pontes.

“Eles dizem que futebol não é para gay e que eu tinha que jogar queimado. Isso tudo me deixou muito triste porque esse esporte era o que mais gostava. Joguei queimado, mas não gostei. O futebol sempre correu nas minhas veias”, completou, em entrevista exclusiva ao site do Desafio Um Pra Um.

Apesar das dificuldades, Ney Pontes não desistiu de seguir em busca do sonho. Para isso, contou com um apoio fundamental dentro de casa.

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“Um dia minha mãe falou: filho, você ainda será respeitado pelos homens que jogam bola e eles ainda irão lhe chamar para jogar. Até que um dia me confundiram com o Willian Arão, que jogou profissionalmente no Flamengo, e fui parar nas redes sociais como o ‘Arão de Manaus’. Nessa época, fui convocada para o X1 e X2 em Manaus”, comentou.

Na modalidade que mais cresce no Brasil, Ney foi acolhido e conseguiu disputar jogos no esporte que mais ama. Mas ele não quer parar nessa etapa. Além disso, pretende defender a bandeira da diversidade e combater qualquer tipo de preconceito que ainda exista.

“É uma alegria enorme para mim jogar o X1. Quero praticar mais e mais essa modalidade. Me sinto aliviada. Sempre quando estou jogando, tenho uma grande vontade de mostrar força e raça”, disse Ney Pontes.

“Eu espero mostrar em campo toda a representatividade e respeito que devemos ter na sociedade. ‘Mona’ não é só zoação. E, sim, precisa ser respeitada”, acrescentou.

Ney ainda deixou um recado para quem tiver o desejo de entrar para o X1, jogar futebol e tem medo do preconceito. “Futebol não é só para mano. É para mona também. Siga em frente e busque o seu desejo. Lá na frente, você terá um bom resultado, assim como eu já tive também. Seja você mesmo, independente de tudo. Humildade sempre”, pontuou.

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